quarta-feira, 11 de abril de 2018

Com seca do Rio Araguaia, travessia para a ilha do Bananal é feita de carro

A seca na bacia do rio Araguaia tem causado grandes consequências na Ilha do Bananal, a maior ilha fluvial do mundo. A força das águas desapareceu e caminhonetes conseguem atravessar a seco de uma margem a outra. Os índios que vivem no local não estão mais encontrando peixes para sobreviver. "Nós estamos passando assim um pouco de necessidade nesses assuntos de caça e pesca. Porque não tem água. Não tem mais e os peixes vão diminuindo", disse Edmar Kuriawá Carajá, líder de uma aldeia da região.

A Ilha do Bananal fica na região sudoeste do Tocantins, mas o problema do Araguaia vai muito além.

O Araguaia nasce em Goiás e percorre 2,1 mil, até se encontrar com o rio Tocantins na divisa com o Pará. Em alguns pontos, as águas chegam a apenas 20 centímetros.

Em Xambioá, o nível do rio baixou cerca de 2 metros e grandes bancos de areia estão se formando no meio do afluente. "Quem é que disse que um dia eu ia ver meu Araguaia assim? Seco desse jeito", lamentou Cleonice Oliveira Barros, que tem um comércio em Xambioá.

O cenário de seca se repete em outros trechos da bacia do Araguaia. No parque Estadual do Cantão, a areia tomou conta da paisagem e o que restou de água se resume a um córrego raso. "Antes a gente ia pro rio e trazia 70, 80 kg de peixe. Hoje, a gente não traz mais essa quantidade, A gente traz entre 30 e 40 kg. Tá difícil pra pescar [sic]", reclama o pescado Antônio Sousa.

Segundo a engenheira ambiental Caroline Soares, um dos motivos para a situação do Araguaia é o assoreamento causado pelo desmatamento das margens. "É justamente devido os processos erosivos, por não ter uma vegetação que sustente esse solo, que segure esse solo quando a água passar, então eles são carreados para o meio do rio", analisa.

Para tentar amenizar a situação, algumas prefeituras investem no reflorestamento de áreas degradadas. "Nós estamos aí com um plano de reflorestamento das nascentes, bem como plantar árvores também na beira rio, em parceria com os ribeirinhos", disse a secretária de meio ambiente de Xambioá, Marivalda Borges.

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