quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Peixes do Araguaia

As espécies foram selecionadas, de acordo com sua finalidade (a pesca esportiva), pela ordem alfabética, de seus nomes vulgares, seguidos por seus respectivos nomes científicos. Procurando fornecer algumas informações sobre seus hábitos alimentares, locais de ocorrência e materiais de pescas utilizados para as capturas. Informações que ajudarão de alguma forma o pescador iniciante nesta região. Desprezamos espécies que não têm muita importância para pesca esportiva como: arraias, piranhas, mandis, lambari, sardinha e outras.
ARUANÃ
Osteoglassum bicirbosum
Fam: Osteoglassidae
Habita águas lentidas, mas pode ser encontrado também nos rios principalmente quando as águas baixam, e próximo à saída dos lagos. É aparentado e muito parecido com o pirarucu (Arapaiga ginga), principalmente pelo tamanho de suas escamas. Gosta de andar em pequenos cardumes, alimenta-se de pequenos peixes, e insetos, podendo dar saltos, de mais de metro para pegar suas presas. Alcança pouco mais de 1m de comprimento, pesando no máximo três a quatro Kg. É ovovípero, guardando seus ovos na boca, e também os alevinos depois da eclosão dos ovos. É uma espécie esportiva, que briga bastante. Pode ser pescado com iscas vivas, como pequenos peixes, pedaços de peixe e com iscas artificiais, principalmente as de superfície, ou na modalidade de Fly. O pescador deve sempre praticar o pesque e solte com esta espécie, devido sua carne não ser de boa qualidade.
Material:

Molinetes ou carretilhas leves com linhas de 15 a 25 libras, anzóis 1/0 a 2/0. Iscas artificiais tipo meia água ou de superfície, conjunto de Fly nº 3 a nº 5.
BARBADO

Pinirampus pirinampu
Fam: Pimelodidae
Peixe de couro, da família dos bagres, de cor cinza/alumínio, com grandes barbilhões na boca, classificado também por alguns biólogos como: Ancistrus stigmaticus-Loricariidae - podendo alcançar cerca de 60 cm de tamanho e 5 Kg de peso. Habita geralmente as corredeiras, e é pescado na modalidade de rodada, sem a chumbada para não agarrar no fundo. As iscas podem ser de pequenos peixes, minhocuçu.
Material:

Molinetes ou carretilhas de porte médio, linhas de 17 a 25 libras, anzóis 2/0 a 5/0 peixe, coração ou tripa de galinha. A espécie não é muito seletiva quanto à isca, mas é muito briguenta apesar do tamanho.
BARGADA

Goslinea platynema
Fam:Pimelodidae
Peixe de couro também família dos bagres, chamada de surubim chicote por alguns pescadores, devido ao fato de possuir o corpo alongado, filiforme, e cabeça achatada. Habita principalmente as praias rasas, de areia grossa no fundo, possui esporões que podem causar ferimentos sérios. Existem espécies grandes, que rompem linhas de até 40 libras na primeira arrancada, se o material não estiver bem calibrado. É pescado da praia, deixando a vara fincada na areia em um espera vara, enquanto aguarda sua fisgada. Pode ser pescado também embarcado, colocando a embarcação apoitada próximo à praia, lançando a linha em direção à rasura. Suas iscas prediletas são pequenos peixes, como sardinhas, piaus, mandis, lambaris e minhocuçu. Hoje é a maior espécie de peixe, que se pode trazer de acordo com a legislação em vigor.
Material:

Molinetes ou carretilhas de médio a grande porte, linhas de 30 a 60 libras, anzóis 5/0 a 8/0, chumbadas grandes para se ter um bom arremesso da praia.
BICUDA

Boulengerella cuvieri-Subbfamília hydrcyaninae
Fam: Characidae
Possui uma forma cilíndrica, alongada, com a boca parecida com um bico, de cor prateada escura, pode atingir até 1m de comprimento. Peixe voraz, ataca a isca com uma velocidade incrível, sendo muito apreciada na pesca esportiva. Sua carne não é boa, portanto, o pescador deve praticar o pesque e solte. Pega bem em pequenos peixes, e iscas artificiais de superfície, de meia água, colheres e com material Fly.
Material:

Molinetes ou carretilhas de pequeno porte, linhas de 15 a 17 libras, anzóis 1/0 ou menor, e material de Fly nº 3 a nº 4.
CACHORRA

Hodrolicus scomberoides
Fam: Characidae
Outro predador do Araguaia, possui o corpo na forma de um grande lambari alongado, cor prateada, posui dois grandes dentes na frente que se encaixam quando o peixe fecha a boca. Habita as corredeiras e saídas dos lagos, andando sempre em pequenos cardumes, prontos para atacar suas presas. Pode alcançar até 4 Kg de peso e cerca de 1m de comprimento. Sua alimentação é pequenos peixes. Pode ser pescada, com pequenos peixes, pedaços de peixe, também com colheres, e iscas de meia água.
Material:

Molinetes e carretilhas de pequeno e médio porte, linhas de 20 libras a 30 libras, anzóis 1/0 a 2/0.
CARANHA

Colossoma mitrei
Fam: Characidae
Um dos mais procurados exemplares do Rio Araguaia, costuma andar em cardumes próximos à superfície com as barbatanas de fora. Habita os remansos, e início das corredeiras, e próximo aos barrancos ou em meio a traqueiras. Apresenta o formato meio ovalado, com escamas prateadas escuras e a parte inferior do corpo meio avermelhada, muitas vezes confundida quando de pequeno porte com a piranha queixo de burro, devido à coloração. Peixe bom de briga, sua força é muito grande, principalmente se estiver numa corredeira; atinge 60cm, e até 15Kg. É uma espécie onívora e carnívora, depende do que está disponível na estação do ano. Para sua pesca é recomendado, anzol forte, com encastor de aço, pois possui mandíbulas bastante fortes, podendo quebrar a fruta do jatobá, o coco do tucum com facilidade. Usamos como iscas, pedaços de peixe azedo (piau, papa terra), algumas frutas da estação, minhocuçu e até massas. Pode ser pescada, na batida, de rodada, ou apoitado nos poços no final das corredeiras.
Material:

Molinetes ou carretilhas de médio a grande porte, linhas 30 a 50 libras, anzóis 6/0 a 8/0, com encastor de aço, chumbadas médias, deve se usar o girador.
CORVINA

Plagiosaion ternetizi
Fam: Sciaenidae
Alguns biólogos a classificam também como, Pachyurus franscisci - Espécie marinha que se adaptou na água doce; tem escamas prateadas, com linhas oblíquas meio azuladas, pode atingir 70cm, e 6Kg de peso, habita tanto em lagos, como nos rios. No rio anda em cardumes, próximo às corredeiras e em locais com pedras. Peixe carnívoro, pode ser pescado, com pedaços de filé no fundo ou trabalhar corricando bem devagar. A noite costuma ficar roncando debaixo dos barcos. Carne branca e boa para o consumo, mas se deteriora facilmente, possui duas pedras na cabeça, que são usadas para adornos. Os pescadores acreditam que traz sorte colocar estas pedras, junto à caixa de pesca.
Material:

Molinetes ou carretilhas leves, linhas de 15 libras, anzol 1/0, chumbada leve.
DOURADA OU APAPÁ

Brachyplatystoma flavicans
Fam: Pimelodidae
Espécie que lembra o dourado, das águas do São Francisco e Bacia do Prata, apresentando o corpo alongado como uma sardinha grande, com escamas pequenas, com a coloração dourada, possui a boca pequena, dificultando a fisgada, se alimenta de pequenos peixes, é essencialmente carnívora, habita as corredeiras, saídas de lagos, locais em que ataca com uma velocidade incrível suas presas. Atinge 60cm e 3 Kg de peso. Pode ser pescada com iscas naturais, com pequenos peixes e com iscas artificiais de meia água e colheres pequenas. Não possui a carne de qualidade, tem muitos espinhos, e o pescador esportivo deve sempre devolver esta bela espécie à água, quando puder.
Material:

Molinetes e carretilhas leves com linhas de 15 a 17 libras, material de Fly nº 3 a nº 4.
MATRINCHÃ

Beycon melanopterus
Fam: Characidae
Considerada a rainha prateada da água doce, um dos peixes mais procurados pelos pescadores, pela sua esportividade e beleza. Dá vários saltos quando fisgada, mede cerca de 40cm, pesando até 5 Kg. Anda em cardumes enorme, subindo o rio, a partir de Abril. Sua carne de cor rosa, é de excelente sabor, podendoser utilizada, para se fazer o famoso xaximim da culinária japonesa. Na região do Araguaia é preparada moqueada com escama e servida com molho a parte. Alimenta-se de pequenos peixes e de algumas frutas da estação. Pode ser pescado, de rodada ou parado junto aos barrancos. Pega muito bem, com iscas de peixe, minhocuçú, coração de galinha e com iscas artificiais de meia água, colheres e spinners trocando-se neste caso a garateia por um anzol.
Material:

Leve, linhas de 15 a 20 libras, anzóis 1/0 Obs: Em alguns rios de água clara pode ser pescada com Fly, nº 3 a nº 5.
PINTADO

Pseudoplatystoma coruscans
Fam: Pimelodidae
Apresenta cor clara com pintas e rajados de preto pelo corpo. Habita geralmente, nos lagos, nas abocas de lago, remansos e praias. Atinge cerca de 60cm a 1m de comprimento e até 15 Kg de peso em nossa região, se alimenta de pequenos peixes, batendo o rabo nas presas antes de come-las. Pode ser pescado com iscas de peixe ou minhocuçu. Sua carne é muito saborosa, pode ser comido frito ou de molho.
Material:

Molinetes ou carretilhas de porte médio, linhas 25 a 40 libras, anzóis, 2/0 a 6/0.
PIAU

Leporinus friderci, Leporinus bimaculatus
Fam: Anostmidade
Existem várias espécies deste peixe na bacia do Araguaia, como: piau canivete, piau três pintas, piau flamengo, piau cabeça gorda. Destas espécies destacamos o piau cabeça gorda que atinge cerca de 40cm e 3 Kg de peso. Forma grandes cardumes, se alimentando de pequenos insetos, frutas, vermes, etc. Pode ser pescado com minhoquinha, milho, mandioca dependendo da ceva. É pescado tanto em lagos, como nas cevas ou no rio nos cardumes.
Material:

Leve, varinhas caipiras, linha 15 libras, anzóis pequenos.
PIRARARA

Phactocephalus hemiliypterus
Fam: Pimolidae
Bagrão, cabeçudo, possui 1/3 do tamanho do corpo, seu nome significa peixe arara, devido a sua cor avermelhada e amarelada, apresenta duas manchas de amarelo, e abaixo da linha lateral uma lista negra, a barriga branca e parte de suas nadadeiras de cor vermelha. É considerado o trator do rio, pois sua força é descomunal, arrasta a isca para o fundo e para debaixo dos troncos. Pesa em média 30 Kg a 80Kg e cerca de 60cm a 1,30m de comprimento. Habita geralmente, nas saídas dos lagos e nos locais onde existe muita tranqueira. Alimenta-se de peixes menores e até de pequenos animais, existem muitas lendas sobre esta espécie, que arrasta pessoas para o fundo do rio, principalmente crianças que estão nadando em poços profundos, sua isca predileta, são as piranhas iscadas inteiras.
Material:

Pesado. Linhas de 70 a 90 libras, anzóis 8/0 a 10/0.
PIRAÍBA

Brachyplatystoma filamentosum
Fam: Pimelodidae
Considerado o maior bagre de nossos rios, dependendo do tamanho é chamado de Filhote (até 1,5m), depois de Piraíba, (até 2m), de Piratinga (depois de 2m). Pode medir, quando adulta, mais de 3m de comprimento e pesa mais de 150Kg. Na região do rio Amazonas, acredita-se que possa atacar canoas pequenas e engolir pessoas. Habita o canal principal do rio e nos grandes remansos. Dá grandes saltos, nos quais, põe o corpo todo fora da água, apesar de seu grande tamanho. Quando fisgado o pescador deve soltar o barco, para tentar brigar com a fera. Devido à pesca predatória, é espécie protegida por lei, sendo, sua pesca proibida no Estado de Goiás.
PIRARUCU

Arapaiga giga
Fam: Arapamidae
Conhecido também como Pirarucu é considerado como a maior espécie de escama do Brasil, chegando a atingir mais de 3m de comprimento e até 150 Kg de peso. Vive nos lagos e igarapés. Seu nome deriva de "pira", peixe e "urucum", vermelho. Precisa subir à tona para respirar, se alimentando de pequenos peixes como trairás, piranhas. Sua carne é muito apreciada, pelos ribeirinhos que a salgam, é também chamado de bacalhau brasileiro. Por estar em processo de extinção, sua pesca está proibida na região do Araguaia.
TUCUNARÉ

Cichla ocellaris
Fam: Cichlidae
Considerada a espécie mais esportiva do Brasil, de cor amarelada, ou azulado, com faixas escuras pelo corpo e um ocelo na calda. Na região do Araguaia, destacamos três espécies principais: o tucunaré azul, o pitanga e o amarelo. Pode atingir até 80cm de comprimento e, de 4Kg a 6Kg de peso. Peixe carnívoro, se alimenta de peixes menores. O casal de tucunarés protege sua prole, durante vários meses. Habita geralmente os lagos, e alguns afluentes do Araguaia. Sua pesca, pode ser realizada com iscas de pequenos peixes, mas a maneira mais esportiva é utilizar, iscas artificiais, de vários tipos: de superfície, de meia água, ou colheres. Pode ser pescado também com Fly, com vários tipos de iscas.
Material:
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Molinetes e carretilhas de pequeno ou médio porte, linhas de 17 a 20 libras. Material para Fly, nº 4 a nº 6.

Um comentário:

  1. Apaiari – Astronotus ocellatus
    Família: Cichlidae

    Características: É um peixe exótico da região amazônica pertencente à família Cichlidae (a mesma da tilápia, acarás e dos tucunarés). Por sua beleza, é muito procurado pelos aquaristas o chamam de “oscar”. Apesar de pequeno e dócil, medindo em média 30 cm e pesando até 1 kg, é valente, tem aspecto robusto e proporciona boas brigas aos pescadores. Sua nadadeira caudal é simétrica e bem desenvolvida. Apresenta na sua base um ocelo (falso olho) escuro no centro e vermelho ou alaranjado ao redor que protege o animal contra os predadores que costumam atacar a cabeça da presa, perdendo, assim, apenas parte da cauda.

    Hábitos: Onívoro, sua dieta é formada, principalmente, de pequenos peixes, crustáceos e larvas de insetos. A fêmea deposita cerca de mil ovos para o macho fecundar. Quando nascem, após três ou quatro dias, os filhotes são protegidos pelo casal e inicia-se um violento esquema de proteção à prole. O macho transporta os alevinos na boca para os buracos construídos no fundo do rio, onde serão vigiados pelo casal. Na natureza, a reprodução costuma ocorrer de julho a novembro.

    Curiosidades: Não apresenta dimorfismo sexual aparente e são monogâmicos, ou seja, o macho tem uma única fêmea. Quanto atinge 18 cm de comprimento torna-se sexualmente maduro, portanto, esse é o tamanho mínimo para sua captura. Durante o acasalamento, o macho e a fêmea ficam frente a frente com as bocas abertas para iniciar o ritual. Após algumas investidas, mordem-se mutuamente puxando o companheiro para o lado. Então, o casal separa-se do cardume à procura de um local apropriado e seguro para a desova.

    Onde encontrar: Originário da região amazônica, a espécie também foi introduzida em açudes do Nordeste e nas represas do Sudeste do país. Preferem viver em pequenos cardumes e habitam as águas paradas de fundo lamacento ou arenoso junto a paus, pedras e outras estruturas. Por serem territorialistas, dificilmente são encontradas outras espécies nos lugares onde os apaiaris ficam. Os maiores exemplares são encontrados com freqüência nas vegetações e galhadas de espraiados ou de curvas de rios com profundidade entre 30 cm e um metro. Nestes locais, preste bem atenção porque é possível vê-los nadando na superfície.

    Dica para pescá-lo: Na pesca do apaiari, deve-se ter paciência porque o peixe costuma estudar a isca antes de mordê-la. Muitas vezes é necessário trabalhá-la diversas vezes rente ao peixe até ser atacada.

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